segunda-feira, 2 de julho de 2012

Etapa 1 da Ecovia Lisboa-Badajoz - 2012.07.01

Foi com imensa alegria que encontrámos cerca de 30 pessoas, 7 delas jovens das Aldeias-SOS, com as suas bicicletas, prontas para nos acompanhar na primeira etapa na maratona ciclista até Badajoz, para promover o turismo activo. 
 E foi com imensa curiosidade, para quem apanhou o barco em direcção ao Montijo, que os habituais viajantes partilharam o seu espaço connosco e com este excepcional número de bicicletas. Obrigada à Transtejo por nos permitir invadir o espaço com os nossos veículos e  com a nossa barulhenta excitação.


Antes da invasão ao barco, as emotivas despedidas (Nuno Markl, visivelmente emocionado, promete à mulher que aprenderá a andar de bicicleta, e agora todos vocês são testemunhas) .

Esta rica perninha pertence ao Mestre do Cacilheiro, o Sr Mário, que nos convidou para fazer a viagem na sala de comando. Não fomos logo os 30 lá para dentro, mas com um improvisado plano de gestão ainda conseguimos ir aos poucos espreitar. Sim, há muitos botões (para quem quer saber) e sim, os leigos não fazemos ideia para o que servem, mas foi fascinante lá estar. Não deve nada ao cockpit de um avião.

Não imaginam o tempo que se levou a tirar esta foto. Os das pontas sempre a sair do plano, o do meio a agachar-se no momento do click: Não é fácil juntar 30 pessoas, com as suas bicicletas, quietas e a sorrir. Mas cá está, à oitava tentativa. Foi neste  momento que percebemos que a coisa era a sério e que não havia possibilidade de fuga. Pela frente 60 km, registados em GPS, até ao exclave de Pegões.

Alguns mais puristas gostam de mostrar que a tradição de viajar em pasteleira ainda é o que era. Na foto, o Rui a mostrar com orgulho esta clássica que, se tudo correr bem, lhe permitirá chegar a Badajoz no próximo Sábado. Diz que a comprou a um alemão, em segunda mão. Portanto uma "Der Hains Pasteleirenszzz" (pasteleira em alemão)

O Montijo foi todo contornado, pelas suas ciclovias ainda por acabar em alguns troços. Isto, atenção, é fora do Montijo. São os estradões de terra batida que apanhámos a seguir, alguns a atravessar o concelho de Palmela.

Por mais agreste e longínqua que esta estrada pareça, está pertíssimo das zonas urbanas. Mesmo assim, e ainda na periferia de Lisboa, já se começava a sentir o cansaço. É preciso ter em conta que era o nosso primeiro dia.

Os menos habituados a andar de bicicleta por ecovias assustam-se com alguns pontos de areia, porque fazem as rodas escorregar. Um pouco de experiência faz-nos controlar melhor a bicicleta, que dá a sensação de ser lâmina em gelo. É sempre bom dizer que correu tudo bem, e que todos nos safamos neste pequeno Sahara da Estremadura. Este estradão tem 9 km em recta, depois disto venha a Route 66.

As criações de gado das grandes herdades desta zona a permitir momentos de brincadeira, na interação Homem-Animal, mas sempre com uma boa cerca a separar, claro!

A meio da etapa, com 30 km percorridos, não resistimos à tentação do Restaurante "O Rolhas". Enquanto analisávamos um prometedor cartaz das festas locais, fez-se o reforço de alimento, cafeína e minis. 

O nosso maior inimigo: areia e mais areia. Isto foi próximo de Pegões Velhos, um caminho em mau estado que nos fez demorar uma hora a fazer apenas 3 km. A Ana ali à frente, pega a bicicleta pela mão, sempre uma boa solução contra as derrapagens.

Um momento de descanso (para a bicicleta, claro, que nós estivemos sempre a dar no duro)

Este foi um dos momentos mais felizes da primeira etapa. Ao ver-nos arrasados e encostados ao seu muro, os habitantes da casa vieram convidar-nos para entrar e encher os cantís. Que maravilha. Obrigada, obrigada. Não tivéssemos o tempo tão à conta e trazíamos-lhe e uns caramelos de Badajoz.


A bonita e original Igreja de Santo Isidro de Pegões, com um não menos bonito ninho de cegonha no topo da torre. Estas cegonhas, sempre tão praticantes.

Sim, são caras de muito sofrimento. Mas por esta altura já estávamos perto do destino. Que alegria!
Parabéns aos jovens das Aldeias-SOS que mostraram ser capazes de enfrentar e ultrapassar as dificuldades. Contribuam para esta causa social, que acolhe jovens em risco e os educa para serem bons adultos. Nós já contribuímos.

E depois de várias horas a pedalar, com atrasos e imprevistos, a chegada ao Monte da Charca em Pegões, onde pernoitamos já no meio de pinhal. Não faltou claro o mergulho na piscina deste relaxante e bem tratado empreendimento turística às portas de Lisboa. Minutos depois víamos uma coça estonteante da Espanha à Itália.

Agradecemos a todos os que se disponibilizaram para nos acompanhar nesta etapa de arranque.
Obrigado à Transtejo, mestre e tripulação do cacilheiro das 8:40h de Domingo.
 Agradecemos ao Monte da Charca pela excelente recepção
Agradecemos à Movefree e à Samsung pelo apoio a este projecto.
À Aldeias-SOS e APSI pelo excelente trabalho para as crianças e jovens deste país.
Ao papá e à mamã e etc.



2 comentários:

  1. Parabens a todos...assim se promove com simplicidade e entusiasmo o Cicloturismo em Portugal. Espero que todos nos ajudem a ligar mais Caminhos, Rotas diversas e as Ecopistas existentes de Norte a Sul bem como Ciclovias. Depois chame-se a tudo Ecovias ou outro Rotas Cicláveis e Culturais etc, etc...Não podemos é admitir que haja um mapa europeu do Eurovélo onde a Rota 1 passe pela raia espanhola e depois entre a sul em Portugal no Algarve....

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  2. Foi excelente acompanhar o grupo nesta primeira etapa e só ficámos com pena de não podermos continuar a viagem até Badajoz! Para a próxima avisa com mais tempo que nós marcamos férias de propósito. :)

    Com tanta areia e calor, esta primeira etapa foi mesmo ligeiramente épica! A boa disposição foi uma constante, mesmo quando o cansaço já era muito.

    Obrigado pelos momentos divertidos e de boa camaradagem e continuação de boa viagem.

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